16/01/2009

Uma Reflexão sobre Discipulado - Final

E COMO FAZEMOS ISSO?

1. Fazemos isso em primeiro lugar VIVENDO.

Vivendo a vida como ela é, com os contornos e contingências que a vida nos oferece. Já ouvi dizer por um teólogo muito respeitado no Brasil que é o Ari, que na verdade não existe vida cristã, o que existe é vida, uma maneira cristã de se viver a vida e uma maneira não cristã de viver a vida, porém só existe uma vida. Achei interessante o conceito e guardei em meu coração. Então o primeiro passo para que o discipulado tenha êxito é vivendo a vida de maneira cristã digna, sendo uma pessoa em constante busca pelo caráter de Cristo, que pelo menos intencione andar como cristo.

2. Entrando em uma relação de intimidade com as pessoas.

Não se consegue ensinar a viver a distancia. É uma pena que os instrumentos de pregação do evangelho tenha se tornado a fonte de alimento espiritual da igreja de Jesus, a igreja do Senhor Jesus hoje necessita compreender e aplicar com ênfase o “Fator Barnabé” e o “Fator Paulo x Timóteo” e “Paulo x Tito”.

Sabe, fiquei muito deprimido quando aprendi que não se amadurece espiritualmente lendo livros, sou uma pessoa que gosta muito de ler, amo ler, participar de conferências, workshops, seminários e tudo que envolva o conhecimento e seja elaborado para crescimento em alguma área, seja ela cristã ou secular.

Mas aprendi que não se amadurece espiritualmente dessa forma, isso pode te inchar, te engordar e até mesmo deixar confuso mas não trará crescimento. O crescimento é promovido pelo atrito da vida.

Millôr Fernandes, um ateu declarado diz: “Quão admirável são as pessoas que não conhecemos muito bem.” E é verdade, de longe todo mundo parece bonito.

Infelizmente, hoje temos uma igreja que gira em redor de seus gurus, jamais Jesus projetou uma coisa dessa, Jesus projetou uma grande rede de relações afetivas, gente se trombando, esbarrando-se etc. pois nós só crescemos quando encontramos limites e só encontramos limites nos relacionamentos. Só crescemos quando somos chamados para fora de nossa zona de conforto e isso só acontece em meio aos relacionamentos. É nos relacionamento que eu aprendo a perdoar, que aprendo a abrir mão de minhas vontades, sacrificar meus desejos, é no relacionamento que eu aprendo a negociar opiniões, caminhos, projetos, aprendo a dividir, a repartir, a viver com menos, sim é no relacionamento.

Já ouvi dizer que “A ética começa no outro”, ou vou andando e vivendo como bem entendo até que alguém aparece na minha frente ai eu tenho que parar pois não posso atropelar esse alguém e dar uma resposta ética, se cedo, se negocio, se abraço, se questiono, se abro mão, se convido para andar comigo ou não. Mas tenho que tomar uma decisão e é aí na, nessa hora, em relação pessoal que eu cresço, é aí que escuto a voz: “Por que é tão difícil pra você admitir que esta errado?”, “Você não consegue andar se não for por pressão?”,”Por que é tão difícil pra você tomar uma decisão mais rápida?” etc. São coisas que ouço em meio as minhas relações sinceras.

E é assim que cresço. Ninguém cresce em relações virtuais, bate-papo, orkut (que é a revista “CARAS” dos pobres), MSN. Esse tipo de relacionamento se encerra em uma tecla, é um relacionamento que convida a mentira e a falsidade mutua, invenções projetadas para que sejam que sejam aceitas e admiradas. Ninguém cresce com isso, só crescemos no encontro do dia a dia, carne com carne, osso com osso, cara a cara, olho no olho, na madrugada da lágrima, na necessidade do abraço, na convivência do limite do amigo, do irmão, da esposa, dos parentes, é na mesa, na conversa, no silencio que incomoda, na angustia, sim, é ai que crescemos. Não se cresce no auditório, ministrando em GR, ministrando louvor etc, crescemos em meio às relações.

Vamos voltar um minuto ao Batismo. O batismo simboliza que? Eu vivia de um jeito, o jeito que eu bem entendia, até que eu tive um encontro com Jesus e ele se apresentou a mim e me olhou de cima para baixo dizendo:

“Jesus Cristo, Senhor dos Senhores e Rei dos Reis, filho do Deus Altíssimo.”

Eu olhei, estendi a mão, ele me puxou e disse mais:

“Agora você é meu irmão e meu amigo, trago você para minha família, família de meu pai, e agora eu vou começar a ensinar você a viver, quero lhe apresentar os irmãos mais velhos, anda com eles, observe-os, veja como eles vivem, aprenda, receba, ouça, pegue uma lupa, coloque-a na vida desses irmãos mais velhos e você vai aprender a viver como eu quero que você viva. Sua vida tem um marco, um ponto de ruptura, e o marco é esse, o dia em que você decidiu a viver não mais de acordo com sua própria cabeça e passou a perguntar a Jesus e a seus irmãos mais velhos como proceder. E Jesus continua dizendo: “eu quero que você simbolize este dia, pois ele é tão importante a você que é como se você tivesse morrido e ressuscitado,nascido de novo, e sabe como eu quero que você simbolize este dia? No Batismo, submetendo-se ao batismo nas águas, este será seu Kairóz, seu momento oportuno, seu divisor de águas, neste ato estarás dizendo que faz parte da família de Deus, assim como os homens no antigo testamento deveriam se circuncidar para fazerem parte do povo de Deus. Agora você é outra pessoa e é inaugurada uma nova forma de viver.”

Começa então a missão de aprender a viver como Cristo viveu.

Hebreus 13.7 diz: “lembrem-se dos guias espirituais...”, engraçado que aqui não esta escrito “líderes espirituais” mas “guias espirituais”, pois um guia espiritual não é necessariamente um líder, um presbítero ou um pastor, é bem provável que seja um amigo.

Concluindo, uffa!!!

Discípulo de Jesus é aquele que esta no processo contínuo de aprender como Cristo, a viver como cristo e a andar como Cristo andou.

Angelo, Como intencionalmente faço discípulo?

Primeiro vivendo, depois entrando na intimidade das relações pessoais para que cristo seja formado em nós enquanto servimos uns aos outros na presença de nosso Pai em obediência a Jesus nosso Senhor, sob a unção, o poder e o encorajamento do Espírito Santo.

Baruk Raba Hachein Adonai

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